Embocadura

 

 

Quando um cavalo está se movimentando na direção certa, com a velocidade pretendida, não há porque interferirmos nesse processo.

 

Se quisermos produzir uma mudança de direção e/ou de velocidade, devemos acionar a embocadura, cessando a pressão assim que obtivermos o resultado esperado, ou seja, devolveremos ao animal sua condição anterior de conforto, quando estiver na velocidade e rumo desejados.

 

O cavalo não deve ser controlado através da alavancagem bruta da embocadura, porque além de desnecessária, destrói a sensibilidade dos terminais nervosos ali existentes, reduzindo assim a qualidade e a velocidade das respostas do animal.

 

A embocadura deve ser utilizada com mãos hábeis, leves e sensíveis, trabalhando os movimentos finos na equitação, enquanto as pernas humanas trabalharão os movimentos mais amplos do cavalo (Bjarke Rink).
A ação na embocadura transmite a competência e a habilidade (ou não) de um cavaleiro ao cavalo, podendo causar danos irreversíveis, se usada de maneira equivocada.

 

Naquelas culturas eqüestres “mais atrasadas”, pretensos cavaleiros utilizam ações que beiram a crueldade contra os cavalos. Para compensar a falta de conhecimento e habilidade, inicia-se uma busca por embocaduras mais “pesadas”.

 

“A embocadura não deve incomodar mais a um cavalo em treinamento do que uma gravata a um homem no escritório” (Gabby Hayes).

 

Com o uso da embocadura, é possível induzir a flexão do pescoço do cavalo e fazê-lo colocar as pernas em posição correta para iniciar uma série de respostas automatizadas.

 

O Bridão é a embocadura mais indicada para iniciar a maioria dos animais, e é utilizado na quase totalidade dos Marchadores do Haras Solar do Japí.

 

Tipos

 

Temos vários tipos de embocaduras, falarei sobre as mais comuns, que vou classificar da seguinte forma:

 

· Bridões

· Intermediárias

· Freios

 

Bridões – Principais características:

 

1. Bocado (bocal) com articulação central. Possibilita a independência de movimentos.

2. Normalmente se utilizam as duas mãos para equitar.

3. Não pressiona a barra do maxilar do cavalo, pois age nas comissuras labiais, em sentido longitudinal (paralelo à barra).

4. Exerce menor pressão (incomoda menos) o cavalo.

5. A rédea e a cabeçada são colocadas na mesma argola.

6. Para um bom cavaleiro, não há necessidade de freqüente troca por outras embocaduras.

 

Quanto à espessura do bocado:

 

Bocado Grosso – Leve pressão na boca do animal. Utilizado no Solar do Japí no início da doma.

Bocado Médio – Média pressão na boca do cavalo.

Bocado Fino – Chamado de pesado, pois exerce uma pressão maior na boca do animal.

 

Materiais mais comuns

 

Aço Inox
 

 

· Boa durabilidade

· Não agarra na boca do animal

· É considerado “frio”. Inerte na boca do cavalo.

· Estimula a salivação. Médio

 

Ferro
 

 

· Durabilidade menor que o de Inox.

· Necessita de limpeza periódica para não “agarrar” na boca do eqüino.

· Animais gostam. Estimula a salivação, relaxando a boca.

· No Solar do Japí utilizamos bridões confeccionados com aço inox nas extremidades (e na articulação) e ferro com pontos de bronze incrustados no bocal.

 

Borracha
 

· Dizem que “esquenta” na boca do cavalo. 
  Bocais de silicone são melhores que os de borracha.

Embocaduras intermediárias
 

· Exercem maior pressão na boca dos eqüinos se comparadas aos Bridões.
  A pressão é menor do que aquela exercida pelo Freio.
 

· Se utilizadas com Francalete, diminuem a pressão exercida pela perna (modo freio).
 

· Podem ser utilizadas 4 rédeas (duas na posição Bridão e duas na posição do Freio). Este tipo é chamado de Pelham.
 

· Existe Pelham articulado e de bocal fixo.
 

· As embocaduras mais conhecidas são o Freio-Bridão.
 

· Há também o Freio Bridão Espanhol.
 

· Exerce pressão nas comissuras labiais (efeito bridão)
 

· Exerce pressão na barra (usado com barbela. Efeito freio)

 

Freios
 

 

· Exercem forte pressão na barra da boca do cavalo.
  Pode ter bocal reto ou com passagem de língua.
  Apesar de ser pequeno seu uso, preferimos os freios retos ou com uma pequena “passagem de língua” no Haras Solar do Japí.
  Possuem Câimbra inferior (perna) e câimbra superior (canhoto).
  Barbelas devem ser obrigatoriamente utilizadas, caso contrário, perde-se o efeito da alavanca (pressão na barra).
  Necessitam de cavaleiro experiente e de mão muito leve.
  Não utilizar barbelas tipo corrente. Utilizar as chamadas barbelas chatas ou de material mais macio, que não machuquem o cavalo.
  Não há independência de movimentos e deve ser usado com as rédeas em apenas uma das mãos.
  Quanto mais for encurvada a sua perna, melhor para o cavalo.
  Quanto maior for a sua perna, maior pressão e maior efeito de alavanca, exceto quando o tamanho do canhoto for equivalente ao da perna (neste caso as forças se anulam).

 

Amigos, esta pequena contribuição está embasada em cursos que efetuei, literatura diversa, destacando “desvendando o Enigma do Centauro” de Bjarke Rink, sites na Web e pela vivência com meus animais, no Haras Solar do Japí.

 

Sendo estes os principais tópicos que entendo que todo cavaleiro deve saber, chamo a atenção para o fato de que assunto não se encerra aqui.

 

Comentários, perguntas e críticas, devem ser enviados ao site da Empório do criador, e-mail: contato@emporionews.com.br ou diretamente a mim, através do site www.harassolardojapi.com.br.

 

A seguir alguns exemplos de embocaduras ao lado.

 

José Walter Taborda cliente Empório do Criador, é titular do Haras Solar do Japí, em Jundiaí – SP, onde cria Mangalarga Marchador buscando marcha de qualidade com comodidade e maciez em animais de boa índole e temperamento de sela.

 

 

 

 

O conteúdo acima expressa a opinião do autor sobre o assunto. Caso você deseje complementar ou até mesmo discordar do tema sua opinião técnica também será publicada aqui.

 

Equipe - Empório do Criador


 

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